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ÍGNEA

Exposição individual da artista Gabriella Marinho

 

Curadoria: Thayná Trindade

 

Abertura: 21/09/2024 às 14h

 

Encerramento: 23/11/2024

 

Oficina de escultura em argila 5/10 entre 12h e 15h

Roda de Conversa entre a artista e

curadora 16/11 às 14h

Conversas abertas / Terras e Camadas com 

Gabriella Marinho e Mariah Vianna 23/11 ås 14h

 

Visitação: 21/09/2024 - 23/11/2024

Quarta a sábado, 12h às 17h

 

Montagem: Felipe Bardy

 

Equipe de produção: Sebastião Jair do Nascimento e Liliane Trindade

 

Identidade visual janelas: Gouvea  Artes

 

Design: Nina Gaul

@marinhogabriella.​

texto curatorial

ÍGNEA

O que vem do fogo, cor do fogo. Quente, ardente. Assim, etimologicamente, definimos o conceito de ígnea: processo de transformação pelo fogo de elementos minerais e, como resultado, a solidificação de frações rochosas. A presença das materialidades advindas desse processo nos apresenta uma série de reflexões acerca da própria ideia de tempo e das relações com as diversas possibilidades de tecnologias manuais e ancestrais, sob o arcabouço e traço das encruzilhadas entre corpo, memória e espaço.

Desde os primórdios de uma das perspectivas do que se entende por "histórias das artes", o fogo tem sido um agente de mudança, essencial para a criação de cerâmicas, revelando um lugar dicotômico, situado entre o utilitário e o estético. Quando modificamos a nuance e o lume das referências ao olhar simbólico e existencial, em especial para as perspectivas jeje-nagô acerca da criação humana, apontamos para Nanã, que, em iorubá, traduz-se como "raiz", simbolizando aquela que está no interior da terra. Logo, a própria interação com a lama, com o barro, se dá numa ante-história não - ocidental, baseada na concepção do existir e no ato de modelar, manipular e transformar a lama, o barro e a argila das quais são feitos os corpos e as corpas humanas.

Condensando uma experiência particular de suas memórias, vínculos intrafamiliares, de ancestrais e de ancestralidade, com especificidades de suas vivências cunhadas em seu fazer artístico, Gabriella Marinho direciona e molda sua instalação Ígnea no Projeto Janelas da Abipará. Como mote para reflexões sobre os cenários que a manipulação do fogo e das materialidades — por um lado primitivas pelo contexto ancestral da matéria e, por outro, com alto rigor tecnológico no equilíbrio das altas e baixas temperaturas a que são submetidas — dispostas em um conjunto de ações acopladas em suportes de sisal e palha da costa. Numa construção escultórica desses elementos, criando imersões, empilhamentos e suspensões, o convite é para adentrar a espacialidade em observações angulares, opostas e suspensas, onde a matéria é esculpida e tecida no tempo e na costura do espaço, com atenção à soma de cada parte gentilmente organizada na construção da obra apresentada em seu ensejo e compleição.

 

Thayná Trindade

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