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Writer's pictureNós da Abapirá

Artes Visuais ainda chocam

As vezes esquecemos o quanto a expressão visual tem força, mas somos lembrados por quem menos esperamos.


Essa semana o artista Banksy publicou um video de si no Instagram graffitando um carro do London Underground. Ratos usando máscaras e desinfetando o vagão eram o tema: uma alusão à pandemia. Só que o metrô de Londres tem uma política estrita de não deixar qualquer graffiti nos seus vagões. (vejam a notícia veiculada no Hyperallergic, abaixo. O video-promoção está na mesma página)



Independente se Banksy é artista, ou grande, a primeira reação geral é de escárnio por terem se perdido pixações estimadas em milhares de libras esterlinas, mas tem algo subliminar que a ação institucional revela e é bem mais valioso: qualquer pixação é institucionalmente removida porque ela choca; ajoelhar é comovente e importante, mas a ruptura do graffiti alimenta e rompe mais gente...


Bastaria a mesma instituição ter uma módica curadoria a selecionar o que vale esteticamente permanecer para enriquecer o cotidiano de todos, estimulando a cultura de quem aprecia, a urgência de quem insere e a transparência de quem somos. Nada mais universal do que o transporte público para transformar e registrar o pensamento contemporâneo de uma localidade, e não há linguagem e suporte mais adequados do que o graffiti para que isso aconteça.








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